quarta-feira, julho 19, 2017

RECORDAR É VIVER...




RECORDAR É VIVER...
Calfilho


          Essa frase, “RECORDAR É VIVER”, título de uma música cantada por Gilberto Alves e que fez grande sucesso no Carnaval de 1955, é sempre atual quando queremos relembrar alguma fase ou episódio feliz de nossas vidas.
           Sábado último, 15 de julho, mais uma vez ela foi mencionada quando, eu e alguns amigos, todos com mais de 70 anos de idade, nos reunimos num botequim de São Francisco, em Niterói, em um encontro para reavivarmos nossa amizade de mais de sessenta anos, relembrarmos fatos pitorescos de nossa adolescência e juventude, comentarmos nossas trajetórias de vida, e, até debatermos, mesmo que superficialmente, os temas dos nossos dias atuais.
           Eu, Irapuam, Toninho, João e Josa nos vemos e nos telefonamos com alguma frequência, mesmo que não seja ela a ideal para nós quatro, já que deveríamos nos encontrar com mais assiduidade. Eu, Irapuam, João e Josa nos conhecemos quando cursávamos o curso científico, do Liceu Nilo Peçanha, de Niterói, mesmo estudando em séries diferentes. Isso, em 1958, quando o Grêmio nos uniu.
         Toninho, eu conhecia desde quando comecei a frequentar o Canto do Rio F.C., em sua sede da rua Visconde do Rio Branco, em 1953, e lá praticávamos vários esportes. Eu, futebol de salão e tênis de mesa. Toninho, basquete e futebol de salão. Voltamos a nos encontrar no futebol de praia organizado pelo saudoso amigo Telúrio Aguiar, no início dos anos 60, em animados “rachas” disputados no trecho da Praia de Icaraí (recuso-me a chamá-la de Jornalista Alberto Torres), entre as ruas Presidente Backer e Lopes Trovão (ainda bem que ainda não mudaram os nomes dessas duas).
          Anésio, fomos conhecer no citado futebol de praia, quando se incorporou ao nosso grupo, predominantemente composto de ex-liceístas.
          Finalmente, Carrano, que também conheci no Liceu em 1958, e que foi eleito presidente do nosso Grêmio por duas vezes consecutivas.
          Apesar de serem bem espaçados nossos encontros, desta vez conseguimos reunir esse pequeno grupo, o que não é muito fácil, pois eu e Irapuam moramos no Rio de Janeiro, Anesio em Pendotiba, Toninho em São Gonçalo e Carrano só o encontro via internet, eu e ele acompanhando reciprocamente nossos modestos “blogzinhos” (desculpem-me o neologismo).
          Organizamos o encontro mais para revermos Carrano (que já não víamos há algum tempo, mais de três ou quatro anos), bem como Anésio (que tem dificuldade de encontrar tempo livre, por problemas familiares), além de comemorarmos antecipadamente o aniversário de Irapuam, que fará 80 anos em 17 de setembro, ocasião em que deverei estar viajando ao exterior.
           Ao meio dia já estávamos sentados em cadeiras do lado de fora do bar Informal, na praia de São Francisco: eu, Carrano e Toninho. Logo depois chegaram João e Josa. Um pouco mais tarde, Irapuam e Anesio. Todos com a cabeça povoada de fios brancos de cabelo, Toninho mesmo sem eles...
          Carrano uma vez comentou num dos “posts” de seu blog que “as amizades verdadeiras são aquelas que fazemos na infância e adolescência”. A frase talvez não tenha sido exatamente esta, mas o sentido é esse. Concordo plenamente com ele. E, nesse encontro, essa afirmação tornou-se mais verdadeira e presente, quando relembramos várias fases de nossas vidas e acabamos concordando que, realmente, a melhor delas foi quando éramos crianças e adolescentes.
           Para mim, particularmente, o Liceu e o Canto do Rio foram os dois locais onde melhor me senti na vida, onde estava realmente à vontade, dentro do meu verdadeiro ambiente. Ali, principalmente no Liceu, fiz as amizades que se perpetuaram por minha fase adulta e na idade madura. Lamento, profundamente que alguns desses amigos tenham partido tão cedo para a outra dimensão, como os inesquecíveis Toninho Matheus e Silvinho Ribeiro. Todos eles, pessoas que marcaram profundamente meu crescimento e minha personalidade como adulto.
            Acabamos não almoçando, pois um prato cheio de comida iria atrapalhar nossas conversas. Apenas beliscamos um ou outro salgadinho e bebemos vários copos de cerveja. Aliás, era o que fazíamos há 60 anos atrás, quando ainda não trabalhávamos e não tínhamos dinheiro para um almoço completo.

            Mas, só deixamos o Informal lá pelas quatro da tarde, felizes de reencontramos as verdadeiras amizades.













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