segunda-feira, fevereiro 09, 2015

ANTIGOS CINEMAS DE NITERÓI

 
 
 
 
 
 
ANTIGOS CINEMAS DE NITERÓI
 
 
Calfilho
 
 
 
 
 
                        Vou tentar lembrar aqui dos cinemas niteroienses que conheci nas décadas de 50 e 60, época da minha adolescência.
                        Outro dia, passando pelo Facebook, moderna rede social da internet, onde há um grupo do Liceu Nilo Peçanha, de Niterói, vi que um dos frequentadores perguntava se alguém sabia onde ficava o cinema Rio Branco.
                         Naquelas duas décadas, os principais cinemas de Niterói ficavam na rua Visconde do Rio Branco, antiga rua da Praia, onde sobressaíam a estação da Cantareira e o Mercado de Peixe, bem antes do aterro que modificou bastante aquela região do centro de Niterói.
                          O Rio Branco ficava nessa rua, quase chegando na avenida Feliciano Sodré, por onde passavam os bondes que se dirigiam à chamada zona norte da cidade, Fonseca e Barreto, além de alguns bairros da vizinha São Gonçalo: Neves, Barro Vermelho, Rodo... Era o último dos cinemas da Rio Branco, na direção da Ponta d'Areia. Descendo essa rua, na direção da Amaral Peixoto, a principal avenida de Niterói, tínhamos o cine Eden (entre São João e Marechal Deodoro, não estou certo), o cinema Odeon ( no final de uma galeria onde haviam algumas lojas comerciais, entre as ruas Coronel Gomes Machado e São Pedro).
                         Passando a Amaral Peixoto e a Conceição, entre esta e a rua José Clemente, pontificava o cinema Central, talvez o mais elegante da cidade, que passou a funcionar tempos depois, o primeiro a introduzir o ar refrigerado em suas dependências. Diferenciava-se dos demais por ter uma sessão aos domingos, às 10 horas da manhã, além das outras normais da tarde e  noite. Ficava ao lado da concorrida padaria Pão Quente, que anunciava servir o melhor pão da cidade.
                         Ainda na rua da Praia, depois do grande magazine Mesbla, na outra esquina com a rua XV de Novembro, ficava o cine Imperial, no térreo do antigo Hotel Imperial, hoje o moderno shopping Plaza.
                          Na década de 50 (não me recordo se chegou à de 60), na rua Aurelino Leal esquina com Visconde do Uruguai, ficava o famoso cinema Rink, o mais procurado poeira de Niterói, que tinha sessões contínuas a partir das onze da  manhã. Exibia ele, como chamariz semanal para seus espectadores, séries famosas do cinema americano, como Flash Gordon, Dick Tracy, Roy Rogers, Hopalong Cassidy e vários outras, o que atraía a atenção da garotada. Além das séries, apresentava um ou outro filme principal. Mas, o forte eram as séries.
                        Já em Icaraí, tínhamos o cine Cassino e seu irmão gêmeo, o Grill, que funcionavam no prédio onde sobressaíra o Cassino Icaraí, antes do jogo ser proibido. Perto dele, na esquina da rua Álvares de Azevedo com a pracinha, ficava o charmoso Cinema Icaraí, que resistiu bastante tempo, sendo um dos últimos a fechar. No Campo de São Bento, depois dos outros já mencionados, surgiu o Cine São Bento, também muito elegante.
                        No Largo do Marron, em Santa Rosa, ficava o imponente cine Mandaro. Na Alameda São Boaventura, o cine São Jorge, na esquina com a rua São Januário. O cine Alameda foi inaugurado depois.    
                         Ah! não posso esquecer... meu clube, o Canto do Rio Futebol Clube, também na continuação da rua da Praia, na direção do Gragoatá, exibia uma sessão de cinema para os sócios, todas as terças feiras... Fui um dos mais assíduos espectadores...
                        Desculpem-me os niteroienses, principalmente os mais antigos, se não mencionei outros, mas, foram estes os cinemas que conheci, apesar de ter frequentado apenas os do centro da cidade (onde morava) e os de Icaraí, onde residia a maioria dos meus colegas do Liceu.
                         Hoje, com a televisão, tanto a aberta como a paga, nenhum deles sobreviveu. No Rio de Janeiro, também, os poucos que ainda funcionam estão escondidos nos shoppings da cidade.
                         Pena, pois naquela época, ir ao cinema um dos melhores e mais concorridos programas do niteroiense. Na década de 50, principalmente, os homens vestiam terno e gravata e as mulheres exibiam seus melhores vestidos...
        
 

                        

13 comentários:

Jorge Carrano disse...

Bem lembrado.
Apenas um pequeno reparo. No cine Central não era obrigatório o uso de gravata. Apenas paletó ou um blazer.
Abraço

Jorge Carrano disse...

Ah! Mais um adendo, caro amigo.
Minha amiga Esther Bittencourt, jornalista e poeta, morou Santa Rosa e relatou que havia um cinema perto da casa dela, que não era o Mandaro. Não lembrava o nome. Pesquisei e achei a informação.
ei-la:
"Em 1927 foi inaugurado o primeiro cinema em Santa Rosa, chamado Cine Santa Rosa. Essa sala não durou muitos anos e, em 1951, foi inaugurado um a nova sala chamada Cine Santa Rosa, na Rua Dr. Mário Viana, 858. Este cinema de segunda linha, um típico "poeira", não chegou aos anos 1980, mas o prédio ainda está de pé, funcionando atualmente como a sede do G.R.E.S. Folia de Viradouro. "

Calfilho disse...

Obrigado, Carrano, seus comentários enriqueceram e corrigiram os enganos cometidos na minha publicação. O terno e a gravata não eram obrigatórios no Central, apenas alguns "senhores" usavam para tornar mais solene a ida ao cinema, o que era, na época, um acontecimento notável... Não conheci o cine Santa Rosa a que vc. se refere, nem de nome. Também sei que havia um outro no Barreto, cujo nome não me recordo. Procurei mencionar apenas os mais conhecidos.

Unknown disse...

Havia também o Cine Propaganda Fluminense que era exibido nas pracinhas projetado de um jipe.

Calfilho disse...

Sim, lembro-me muito bem dele. Era gratuito, exibido em praças e até sob as marquises de alguns edifícios. Vi muitos filmes na calçada do prédio onde morava, na esquina de Amaral Peixoto com Visc. de Uruguai.

Unknown disse...

Havia também o Cine Brasil, no Barreto, que eu fui algumas vezes porque estudei no Henrique Lage entre 75 e 79 e ainda o Cine Vera Cruz, em Venda da Cruz. Neste eu nunca fui, mas hoje há uma Igreja em seu lugar.

Calfilho disse...

Esses dois não conheci, apesar de ter frequentado muito o Barreto, menos a Venda da Cruz, já que tinha vários colegas do Liceu que moravam nesses bairros.

Anônimo disse...

Boa tarde, morei muito tempo na rua Noronha Torrezao e lembro q o cinema no Largo do Marrao, chamava Mandaro....década de 50/60....existe uma historia q se chamava Marrao, o nome do Largo, porque existiu, há bem tempo uma pocilga e se matavam os porcos com uma madeira q se chamava ""marrao""......saude, paz e esperança

Carlis A. Lopes Filho disse...

Obrigado pelo valioso comentário

Anônimo disse...

Meus amigos sou de l945 e era viciado em cinema de São Gonçalo até icarai não perdia uma sessão toda toda toda os des mandamentos Ben horas todos os do 007 noviça rebelde enfim não perdia um filme independente do cinema

Anônimo disse...

Obrigado

Fernando manhaes disse...

Assisti muitas vezes esse com o jipe no campo são bento

Calfilho disse...

Pena que todos esses cinemas foram desativados.Hoje, infeliznente, só alguns resistem em shoppings ou então nas assinaturas tipo Netflix.